sexta-feira, setembro 26, 2008

E o coração que o conte... quantas vezes já bateu para nada...


Se me queres perto de ti para me poderes mandar embora... não o faças...
A dor da ruptura é mais forte do que a dor da tua presença, do teu cheiro, do teu toque... e essa já é tão maior do que devia...

quinta-feira, setembro 25, 2008

She treats me like her local god


São as tuas mãos que quero a passar no meu cabelo, no meu rosto, nas minhas mãos, no meu corpo. É o teu respirar que eu quero no meu respirar. Não acredito em muitas das coisas que dizes. Por vezes, o momento deixa-nos com a visão um pouco turva... Quero acreditar em ti, porque és tu... Quero acreditar que esta fraca figura feminina marca algum espaço teu, de ti, em ti... E é tão perigoso quanto saboroso. E não sabes o quanto és especial, em cada dia que passa, em todos os dias que passam, em cada acordar e em cada adormecer... porque tu dás sentido ao que o perdeu.
E não posso estar contigo exactamente porque não estaria à altura de tal sensação... porque é melhor acreditar que sim, que o sou e que nunca o deixarei de ser, do que pensar na hipótese de acabar com esta certeza tão tua, tão arrepiante, tão perigosa... tão saborosa...

quarta-feira, setembro 24, 2008

Is it bad that you're good for me... did I love you just randomly?


Eu sabia que não o devia dizer, mas foi o momento, o impulso, a vontade. E não era mentira alguma: tu és mesmo a mulher da minha vida! Não que eu te tenha escolhido, que eu queira que sejas, mas... és! É contigo que eu quero estar, és tu que eu desejo, é atrás de ti que corro quando tentas fugir e escapar-me da mão. És tu!
São os teus olhos que me arrepiam, os teus lábios que aspiro, o teu riso que me desperta estes inúmeros e incontroláveis sentimentos e estas sensações sufocantes. É a tua mão que quero agarrar, o teu corpo que quero abraçar, beijar, respirar... e respirar...
E eu sabia que não o devia ter dito, mas foi tão mais forte do que eu... E tu abanaste a cabeça, reprovaste a ideia, disseste "Não! Não! Não!" naquele tom de voz crescente que me desperta um sorriso nos lábios e brilho nos olhos, como se dissesses "Sim!"... E deixei-te ir, porque tinhas de ir. É entre a fuga e a liberdade que as pessoas desvendam aquilo que, sendo claro, não querem ver. E tu verás... e sentirás e saberás esta verdade.
E não devemos de lutar contra isso, pois não?!

terça-feira, setembro 23, 2008

where rival ship meets no incentive


Tirei as chaves da minha mala e coloquei-as em cima da mesa. Olhei para ti e acenei um adeus apático, sem qualquer sentimento ou sensação. Estavas estranho. Olhavas-me interrogativo. Talvez preferisses uma daquelas situações constrangedoras de lágrimas ou de gritos, loiça partida, livros no ar, no chão...
Esse teu ar revelou o quanto me desconhecias. E foi aí que sorri com um impulsivo ar de reprovação e virei as costas. Não te senti. Supus que tivesses ficado parado, boquiaberto. Não compreendi. Talvez não me tenhas dado atenção suficiente. Talvez não estivesses atento. Talvez me interessasse que não reparasses. Apenas queria os meus livros e os meus cds. Mais nada.
Como te falhou a pessoa que eu sou? Como não me viste?
Não interessa. Na realidade, nunca interessou. Foste uma miragem, um foco de luz que pensei que brilhasse mais do que o que brilhava, de facto. Porque não interessa a luz que as coisas têm, mas a que depositamos nelas...
Quis-te tanto. Tive tanto para te dar. Longe de tudo o resto, criei da minha vida um labirinto cujos cruzamentos passavam por ti. Tu conseguiste criar um labirinto que fugisse deles. Talvez não estivesses atento. Talvez não quisesses estar.
Na verdade, nada mais era meu nessa casa, nesse quarto. Apenas tu, numa ou noutra ocasião, naquele sofá atrevido... noutros tempos. E tu não virias comigo. Ficarias no teu espaço, na tua casa, com as tuas chaves. E eu iria para outro qualquer sítio, sem mágoa, sem desilusão, apenas com um sorriso rendido ao teu ingénuo desconhecimento de mim...

segunda-feira, setembro 22, 2008

there is a light that never goes out


Há um tempo de estar. Há um tempo de ser. Há um tempo de sentir. Há um tempo de pensar. E há um tempo de partir. E nós adiamos esse momento, trocamos o lugar para, efectivamente, apenas prolongar a dor da distância antecipada.
Não sou nem quero ser uma dependência, um vício, um porto ou uma luz. De vez em quando, também gosto de ser escuridão.
E tenho-me iludido. Tenho-te iludido. A pessoa que pensas que conheces já não existe. Talvez a encontrasses, num passado não muito longínquo, a tocar viola num bar e a cantar com a sua voz grave e rouca. Talvez a encontrasses no meio de uma multidão, num qualquer concerto, com lágrimas nos olhos e sorriso nos lábios. Talvez a encontrasses numa qualquer demonstração de dança contemporânea. Talvez te pedisse lume...
Essa pessoa é outra. É a pessoa que não fez opções, que não tem responsabilidades a não ser com ela mesma, inconstante e curiosa.
A pessoa que hoje encontras não é essa. Essa pede-te água. Esta não chora, não se enerva, não se enlouquece nem enlouquece...
Esta pessoa não é a que te inspira e a que desejas, mas a que te afasta.
Por isso, desejas-me na distância, porque sabes que não sou eu. É aquela distante no tempo que te seduz, não a que está, apenas a sombra...
Talvez todas as luzes, de vez em quando, tenham de ser apagadas...

quinta-feira, setembro 18, 2008

When I read the words that it told me it made me sad


Era tão mais fácil não existires. Era tão melhor nunca nos termos cruzado neste labirinto. Era tão bom que nunca tivesse pendido para cima de ti, em ti... E tudo aconteceria normalmente, sem desvios, sem vontades incontroláveis, sem desejos intensos, sem convites irrecusáveis, sem promessas nem juras de concretizações infinitas de entregas absolutas...
E queria mesmo largar-te a mão, porque hoje entrei em terrenos perigosos e não o consegui evitar. Quando a noção me enfrentou, já estava demasiado embrenhada num novelo de situações irrecuperáveis... E tive medo. Tive medo porque não quis mais dar a mão, não quis mais agarrar, não quis mais puxar...
E tive medo, porque te senti a afastar e dei-te razão para tal reacção...

quarta-feira, setembro 17, 2008

An' didn't I give you nearly everything that a woman possibly can ?


Não quero discutir mais contigo. Nunca mais! Só quero ficar assim, sossegado, abraçado a ti, até o corpo me doer, até as coisas voltarem ao seu rumo original, até toda a energia negativa desvanecer e, por fim, olharmo-nos e percebermos que nada mais tem valor, a não ser este momento, este momento de paz, de sossego, de entrega e de fragilidade. Tudo o resto não importa se nos deixarmos levar por sentimentos menos nobres, se nos entregarmos a sensações menos dignas. O que importa é o agora, este momento único em que sabemos onde estamos, com quem estamos e por que razão estamos. O momento é este.
Lamento não te poder abraçar...

terça-feira, setembro 16, 2008

you put a spell on me


Perguntaste-me se estaríamos em fase de loucura ou de consciência. A palavra "loucura" fugiu da minha boca, impensada, impulsiva, e os nossos lábios uniram-se, entregues às sensações do momento...
Senti os meus olhos vidrarem e tive medo que me visses a fragilidade através deles. Toquei-te no cabelo e encostaste a tua cabeça no meu peito, esquecendo o frio que fazia lá fora. E eu agradeci o momento, esta sensação de medo e plenitude e quis prolongá-la. Mas não podíamos mais... É melhor ires... longe de todas as minhas vontades, disse-te. E tu sorriste e foste, porque sabias que tinha de ser, longe de todas as tuas vontades...
E remetemo-nos, assim, ao silêncio...

sexta-feira, setembro 12, 2008

talvez um dia seja eu a largar-te a mão…



Tenho dançado… cada nota que as tuas palavras transmitem, cada som do teu sorriso, cada timbre do teu silêncio… Sempre fui boa dançarina, digo-te entre risos, mas risos irónicos de quem tem dançado imenso e a quem os passos já não são tão leves como outrora…
Tens dançado, dizes-me tu, como eu não imagino, como nem me apercebo, da música que tendo a tocar, sem saber…
Os nossos passos estão trocados. Não encaixamos notas, lamentamo-nos da lonjura, evitamos a proximidade… E é normal e natural que as notas fluam de ambos os lados… É normal e natural que dancemos e que passemos música… É normal e natural que estejamos cansados das nossas passadas, leves outrora…
E tu sabes que eu não vou a lado algum. A tua rede de segurança ampara os golpes que não me chegam ou que desaparecem com um lamento…
E tu sabes que sinto a tua falta, que preciso de ti, da tua presença, mais do que do teu beijo, do teu toque, do teu respirar…
E tu sabes que me dás água…
Mas eu não sei se vais a algum lado ou quanto tempo permanecerás…
Mas eu não sei se sentes a minha falta ou durante quanto tempo a vais sentir…
Mas eu não sei se te dou água ou quando a água deixará de te matar a sede…
Um dia, ensinaram-me a evitar situações que me pudessem magoar, a evitar sonhos e ilusões, a evitar água que me pudesse causar qualquer tipo de dependência… E eu aprendi. E eu apliquei. Anos e anos de opções fáceis e intuitivas, afectas a realidades, despegadas de sensações, nobres ou nem por isso, independentes de sentimentalismos complexos e fúteis…
Um dia, esqueci-me do que me ensinaram, esqueci-me do que aprendi, esqueci-me do que apliquei…
Suponho que vá chegar o dia em que recordarei a aprendizagem, apesar de te querer roubar antes que isso aconteça, apesar de te querer respirar antes de me lembrar… E temo o momento em que isso aconteça, mais do que não te dar água, agora, neste momento…

quinta-feira, setembro 04, 2008

maybe you believe that I am someone else’s man


Sabias que este era o último dia comum a ambos. A partir de hoje, nunca mais nos cruzaríamos por corredores e salas mal iluminadas, entre máquinas de café e cigarros. Respiraste fundo e perguntaste se eu queria ir a um café, fora dali. Entre a surpresa e a curiosidade, aceitei o convite e partimos. As palavras começaram a surgir, umas a seguir às outras, sem pausas, minhas, tuas, nossas... A temperatura aumentou, num momento de aflição mútua.
Como poderia haver tanta atracção? Como não tinha sido desvendada antes, quando nos cruzávamos nos corredores, nas salas, no café, no cigarro?...
Desejei-te... desejei-te tanto, mas tanto... e, quando pensava que era impossível desejar-te mais, enganei-me... desejei-te mais quando me senti desejada por ti...
Os olhares dividiam-se entre olhares e bocas e mãos... e tocaram-se os olhos... e agarraram-se as mãos... e rendemos as bocas aos beijos intensos que se queriam insurgir...
E tudo parou... menos nós...
E quis-te mais por não te poder ter. Não é sempre assim?!
E quis fugir, fugirmos... aproveitar esse momento de curta duração que é quando duas pessoas ardem uma pela outra, com a outra...
E fugi... mas sozinha. Voei para longe, para onde não te pudesse tocar, deixando o desejo consumir-me até a razão se inteirar de mim...
E tu pensaste que eu fugi porque pertencia a outro alguém...
Será que já descobriste que estavas enganado?