quinta-feira, junho 24, 2010

next time... i promisse...


Exigimos muito da vida.
Exigimos de nós em demasia…
Quando te reencontrei, acendeu-se uma luz que pensei apagada.
Quando te reencontrei, as palavras fluíram e não mais esgotaram…
O coração começou a bater mais depressa sob o teu nome e a asfixiar na tua presença.
As borboletas voltaram ao estômago… e bateram ferozmente as suas asas, em cada palavra tua…
Se soubesses como gostaria que esta situação tivesse decorrido há uns quantos anos…
Se soubesses como gostaria que esta fonte não se esgotasse…
Se soubesses como temo a tua distância, e ainda mais temo provocá-la…
Se eu imaginasse a falta que me farias… como te evitaria!!!

Mas o erro foi cometido.
E agora?!
Diz-me o que hei-de fazer…

domingo, junho 20, 2010

...e eu tinha tantos planos para depois...


Quando eu fechar esta porta, acabará a luz, o dia, o sol.
Será Inverno até ao fim dos tempos, dentro deste corpo que, agora, empurra a porta.
Não haverá idade, nem maturidade, nem ingenuidade. Apenas uma nuvem dispersa que nos lembrará do que existiu, antes de fechar esta porta.
Tu ris e dizes que não há paredes; de que vale fechar a porta?!
E ao bater da madeira na madeira, ao som do trinco da fechadura, erguem-se muros, ergue-se betão... e tudo o mais desaparece.
E, assim, acabam os sonhos...

segunda-feira, junho 14, 2010

já falámos tanto e tão pouco...



Antes, era assim...
Jovem, corajosa, independente...
Antes, eras assim...
Jovem, tímido, dependente...
Antes, éramos assim...
Dois pólos que se diferenciavam em todos os pontos possíveis e impossíveis, que só não se repeliam por nunca estarem próximos.
Éramos felizes de uma felicidade que não se media, porque não importava medir.
Éramos duas pessoas afastadas do mundo, de outras pessoas, de nós mesmos, um do outro...
Tínhamos tanto planos, tanto para gozar, antes que se acabasse o dia e perdêssemos essa oportunidade de beber só mais um pouco de felicidade.

Agora, somos iguais, solitários, isolados, incompletos.
Contamos as parcelas de felicidade que vão surgindo, a medo, nos nossos dias enfadonhos, e já não a bebemos... Guardamo-la com medo que se perca no caminho do encontro. Tornámo-nos dramáticos e líricos. Não pensamos nisso...

Desencontrámo-nos, algures no caminho, e regressámos, como tudo regressa.
Encontrámo-nos e reconhecemo-nos nas pessoas em que nos tornámos, não nas pessoas que éramos.

E o que é isso, se não a vida?!