segunda-feira, novembro 23, 2009

I look into your eyes and the seas open up to me


Vivemos juntos numa fotografia de tempo...
Olho para ti e não me dizes nada. Olhas para mim, desvio o olhar. Sinto-me um perdedor. No entanto, ocorrem-me pensamentos estranhos: como serei perdedor se nunca foste, de facto, minha? Como te sinto fugir se, na realidade, nunca estiveste cá?
A fotografia é estática, silenciosa, intemporal... mesmo quando a queremos rotular. Assim pensei que éramos nós.
Como não vi o tamanho desta ilusão?
Não me empurras, mas não me puxas...
Eu não te empuro, nem te puxo...
Ficamos e passamos...
A minha respiração já não é o teu ar. Já não te respiro. Já não me respiras...
Neste momento, não nos compreendo e tenho medo de querer, sequer, fazê-lo...
Somos uma oceano manso que se destrói em ondas por dentro.
Somos diferentes rebentações.
No entanto, aqui estamos, evitanto olharmos um para o outro, tal fotografia, antes que os oceanos rebentem de vez...