quarta-feira, julho 30, 2008

'til your singing eyes and fingers drew me loving into your isle

Nada é mais difícil do que nos calarmos... quando temos tanto para dizer...

segunda-feira, julho 28, 2008

I welcome your life for me


Cinquenta anos passaram e, daqui, do alto onde me sento, olho para ti, mas não te vejo mais. Vejo antes uma sombra que me acompanha os dias e as horas e as semanas e os meses e os anos… os cinquenta anos em que partilhámos espaços e objectos, opiniões e ideais, lágrimas e sorrisos… e também os cinquenta anos em que não o conseguimos fazer.
Dizem que o tempo é insignificante, mas eu encontro o contrário. Encontro razões em demasia para dizer que, na verdade, isto não é amor. Também não é cumplicidade. Estamos aqui por respeito. Somos velhos e vivemos juntos. Sentados no jardim, ao fim do dia, com a manta pelas pernas, os cães a brincar ao fundo, os gatos a espreguiçarem-se ao sol, cada um com o seu livro na mão… É só isto que importa, não?
Lembramos, chorosos, as noites em que não dormimos, os dias intermináveis de aventuras e surpresas. Sair do Porto e ir tomar o pequeno-almoço a Lisboa. Estar em Sagres e ir jantar a Bragança. Mochila às costas e apanhar boleia para Espanha. Ou para França. Ou para outro sítio qualquer. Chegar a casa e ter a nossa cama ocupada por um amigo qualquer, que não se consegue distinguir na escuridão, e deitarmo-nos também, esgotados de qualquer energia, indiferentes à companhia que temos.
Somos nostálgicos e sabemos disso. Não lamentamos termos passado pelas situações, por mais macabras ou hilariantes que fossem. Não lamentamos não as passarmos agora.
O tempo é relativamente significante. Bastante, até… Tendo em conta que és apenas sombra, pois não pertencias a este passado nostálgico, apenas àquele passado do qual não tenho recordações melancólicas…

sábado, julho 26, 2008

Who ever had a heart won’t go around and break it

Sonhei contigo esta noite. Não o pude evitar, pois nunca considerei a hipótese de sonhar contigo. Não o quis evitar. Acordei e a minha vontade foi continuar a sonhar…
Perguntas-me se foi mau? Perguntas-me se houve azar? Perguntas-me pela minha preocupação? Pois bem, foi mau, sim. Houve azar, sim. Estou preocupada, sim.
Lembro-me tão bem como nunca. Lembro-me como não acontece. Lembro o que aconteceu.
Passeávamos, sorríamos, falávamos…
Num telheiro que desconheço, mas que o tomei por meu, roubei-te um beijo. Antes de ser acusada de furto, devolveste-me a intensidade e a vontade que o beijo sentido tem, ou deve de ter… E acordei com um formigueiro na barriga como já não sentia há muito.
Desta forma tão inocente, abalaste o meu pequeno mundo e, agora, vejo os teus lábios e quero-os bem junto aos meus… Quanto mais não seja, para comprovar a nossa eficácia…

anyone whos ever had a heart wouldn't turn around and break it


Sonhei contigo esta noite. Não o pude evitar, pois nunca considerei a hipótese de sonhar contigo. Não o quis evitar. Acordei e a minha vontade foi continuar a sonhar…
Perguntas-me se foi mau? Perguntas-me se houve azar? Perguntas-me pela minha preocupação? Pois bem, foi mau, sim. Houve azar, sim. Estou preocupada, sim.
Lembro-me tão bem como nunca. Lembro-me como não acontece. Lembro o que aconteceu.
Passeávamos, sorríamos, falávamos…
Num telheiro que desconheço, mas que o tomei por meu, roubei-te um beijo. Antes de ser acusada de furto, devolveste-me a intensidade e a vontade que o beijo sentido tem, ou deve de ter… E acordei com um formigueiro na barriga como já não sentia há muito.
Desta forma tão inocente, abalaste o meu pequeno mundo e, agora, vejo os teus lábios e quero-os bem junto aos meus… Quanto mais não seja, para comprovar a nossa eficácia…

quinta-feira, julho 10, 2008

and love is not a victory march


Quando me apaixono, fico doente. O sorriso desaparece, os olhos humedecem, as mãos tremem, tal como os passos que dou em tua direccção.
Sei por que vou nessa direcção, não sei que direcção ela irá tomar, nem se te cruzarás comigo nela...
Ainda assim, se não nos cruzarmos agora, pelo menos, terei a oportunidade de passar ao teu lado e, por breves instantes, viver na ansiedade da resposta, entre a ausência do toque e a presença dos cheiros e das imagens.

domingo, julho 06, 2008

I believe there's a place where we belong


A felicidade bebe-se em pequenas doses.
Por vezes, doses asfixiantes, concentradas, envergonhadas...
Todos procuram engolir um pouco, saborear, sentir o seu cheiro, a sua presença...
Por vezes, esquecemo-nos de que vem em pequenas doses...
Não queremos lembrar, acima de tudo, que entre essas doses, por vezes, há mágoa, dor, tristeza, ansiedade...
Tudo o que, depois, torna as doses de felicidade mais intensas.
E nem que seja só e unicamente por esse pequeno momento, vale sempre a espera...

terça-feira, julho 01, 2008

I can shine even in the darkness

Lembro-me, sim. Claro que me lembro!
Viveste anos e anos para ela. Anos e anos a respirares o seu ar, a pisares o seu chão, a beberes as suas palavras, os seus pedidos... Esquecendo-te de ti...
Recordo-me como se fosse hoje. Idas, voltas e eternos retornos.
Disseste-me devagar vou visitá-la! e fizeste-o devagar porque sabias a força da minha resposta: Não...
Sim, foste. Era a ansiedade, a saudade, a surpresa. E foste.
E eu fiquei a ver a tua partida. E sentei-me na varanda, no calor tardio do Verão, acompanhada por dois maços de tabaco e de um bloco de folhas que teimavam em voar das minhas mãos.
Escrevi pouco, nessa noite. Estaria certa ou errada?! E custava-me tanto o engano.
Tal como me custou a correcção...
Ainda com um dos maços cheio, com uma folha meio escrita e 5 ou 6 amassadas, a campainha tocou e vinhas em sombra, não em gente.
É, talvez, esta a diferença eterna entre amigos e amores: a mágoa. Tudo o resto, é igual. Os beijos, os cheiros, os toques... Mas uns não nos magoam quando acompanhados por outras pessoas...
E tu, lembras-te quem estava à tua espera? Lembras-te?!