sexta-feira, outubro 22, 2010

Won't you fill me...


Tentei, por diversas vezes, iniciar a conversa... mas nada pertinente me ocorria.
Pela primeira vez, mantive-me calada. Pela primeira vez, as palavras desapareceram da minha mente e eu permiti-me à descoberta, ao desejo, ao bater acelerado do coração, à sensação de vertigem e de arrepio...
E cada vez que a recordação regressa, a sensação de vertigem regressa também...
Como é injusto poder provar o que não é possível ter uma continuação legítima, infindável...
Como te desejava antes... como te desejo mais agora...
E as palavras continuam a fugir, deixando o meu vocabulário reduzido a um pouco mais de nada. E não sinto qualquer necessidade de ter palavras para te encher os ouvidos...
Sinto-te e sinto-me e isso basta, para já.
Ainda te tenho em mim, os teus beijos, o teu cheiro, o teu toque, o teu calor... a minha vida.
Por muitos anos que viva, nunca me poderei esquecer da maneira como me preenches... totalmente...

segunda-feira, outubro 18, 2010

You don't wanna hurt me, but see how deep the bullet lies.


Dizes-me que ambos somos importantes, que somos indivíduos que, na sua individualidade, partilhamos o mesmo caminho, optamos pelos mesmos passos e, assim, vamos caminhando, devagar.
Dizes-me que nunca temos tempo, que devíamos ser um único fôlego, uma única vontade, um único gesto criado por dois indivíduos que, outrora, andaram lado a lado sem se verem.
Dizes-me que merecemos mais do que um caminho, do que um passo, talvez um beijo... merecemos partilhar fôlegos e vontades e gestos...
Dizes-me que não me queres magoar, que não queres ser magoado, que não somos opções razoáveis, que o que sentimos não pode ser real, dada a impossibilidade da existência desta força que nos une, desta força que nos prende...
Dizes-me que os tempos já passaram, que os tempos hão-de vir e que, agora, nada mais podemos fazer, ou mágoas e feridas habitarão no espaço do nosso corpo, na nossa infindável alma...
E tudo gira a uma velocidade alucinante, mudando rotas e cursos que seriam naturais... apenas porque, existindo, reparámos na existência um do outro...
Nada de mágoas?! Vê bem até onde já foi o golpe...

quarta-feira, outubro 13, 2010

I've said too much ...


Faz hoje uma semana que partilhámos mais do que café. Partilhámos comida!!!
Não vou referir nenhuma cena de cinema de qualidade duvidosa, porque não se coloca essa questão na cena que protagonizámos.
As passadas comuns percorreram quilómetros, palavras atrás de palavras, gestos sem sentido, hesitações e avanços.
Uma semana foi suficiente para a nossa aproximação ser inevitável e ultrapassar qualquer limite visível ou invisível.
Uma semana foi suficiente para nos aprecebermos de que não há retorno para o caminho que escolhemos, consciente ou inconscientemente.
Uma semana foi suficiente para comprovar o que sabíamos há muito... que não podíamos ficar afastados... jamais...
Quis-te tanto, senti-te tanto... lamento tanto não te ter tido quando queria e tu podias, deixando escapar a oportunidade de estar contigo mais um segundo... mais um precioso segundo...
Mas a vida é cíclica e o querer manteve-se... e cumpriu-se o que estava previsto cumprir-se... o calor, o arrepio, o desejo, a vontade...
E eu gosto mesmo muito de te ouvir, mas tu falas, de facto, de mais... principalmente quando eu quero ocupar os teus lábios com os meus...
E começa assim esta viagem... vamos ver o que nos reserva...