quinta-feira, agosto 14, 2008

A bad day is when I lay in bed and think of things that I might have been


Foi com um “lamento, mas não posso” que te vi partir para o aeroporto. Não estavas ansioso nem perturbado. Acompanhei-te em silêncio e assim permaneci. Sim, queria ir. Sim, queria partilhar cada passo contigo. Sim, queria tornar esta viagem ansiosa e perturbante… inesquecível, não pelo que te esperava lá, mas pelo que levavas de cá… pelo que acabou por ficar e esperar cá…
Tivemos pouco tempo juntos, mas o suficiente para marcar o espaço interno que me sufoca. E já sufocava antes de estarmos juntos…
A ansiedade que não foi aqui se quedou e ocupou cada espaço livre que encontrou. Suponho que estava mais vazia do que imaginava…
Lembro palavras tuas sobre pessoas que não gostavam necessariamente de ti, mas da maneira como tu as fazias sentir. Compreendo… Melhor agora do que antes… E vivo com essa dúvida. No entanto, há mais dúvidas em relação a isso… Se eu gosto da maneira como me fazes sentir, talvez seja porque gosto de estar contigo… Talvez goste mesmo de ti… Outros houve que me fizeram sentir bem. Aliás, fui muito mal habituada por familiares, amigos, namorados e amantes… Se o que sinto quando me lembro de ti é um misto de alegria e sofrimento, um arrepio na espinha e uma falta de ar, talvez sejas mesmo tu… E isso é ainda mais difícil do que gostar apenas da maneira como me fazes sentir, pois o que sinto ganha forma, rosto, toque, cheiro… e és tu!
E o meu desejo é mesmo para que te divirtas e aproveites bem a viagem, e que faças mais e mais e mais, sempre que tenhas oportunidade… e continuarei a lamentar não poder ir contigo, mas é tão mais importante que vás, que conheças, que gostes, que recordes, que queiras voltar e, também, que queiras regressar a casa… estarei por perto, nem que seja apenas para te ver e, assim, quebrar esta asfixia lacrimejante de felicidade que me assalta quando te vejo…