quinta-feira, junho 26, 2008

your slipping slowly from my reach


Recordo-me agora, enquanto baloiço nesta cadeira de verga, apanho a brisa crepuscular e vejo-te, longe, bem longe, de mãos dadas, pelos telhados mais altos e mais escorregadios.
Saltamos, rimos, choramos... Sinto a tua presença como se nunca tivesses partido, como se nos conseguíssemos dividir em pedaços ciosos de vida alheia, da nossa vida alheada pelo espaço e pelo tempo, de quem fomos, de quem somos, de quem gostaríamos de ser...
E tudo converge no ser que não somos, nas escolhas que perdemos, nos abraços que não demos, nos beijos a que não cedemos...
E quando olho para o longe, quando recordo outras vidas, outras escolhas, vejo que, agora, tudo o que resta é água, água salgada e dispersa. Não há barco que a segure, não há onda que a liberte.
Água, apenas...